sábado, 28 de março de 2020

TRÂNSITO, O PERIGO INVISÍVEL


Atualmente as manchetes só falam do perigo de um inimigo invisível, o Covid-19 (Coronavirus), será que sabemos realmente quais são os nossos perigos que nos rodeia?
Não vejo a mídia falar com tanta freqüência, ou quase nenhuma, de um inimigo da vida que nos rodeia todos os dias, tampouco vejo empenho do Estado de evitar ou controlar esse perigo, tão eminente.

Em 10 anos, foram pagas mais de 485 mil indenizados por mortes no trânsito em todo o Brasil. Para dar uma ideia de comparação, a Guerra da Síria deixou mais de 360 mil mortes desde 2011, quando foi iniciada*. Ou seja, o trânsito brasileiro gera mais mortos do que uma guerra civil. (DPVAT)

O boletim informativo do Ministério da Saúde em 28/03/2020 contabiliza 3.904 casos confirmados e 114 mortes no Brasil, no mundo o vírus já vitimou 27.737 pessoas, esse artigo não é para debater as medidas adotadas para enfrenta a pandemia, para chamar a atenção da sociedade e do Estado para a necessidade de enfrentar esses números alarmantes, que passa despercebido por todos.
Em 2019 foram pagas 40.721 indenizações por morte, 235.456 por invalidez permanente e 77.055 por despesas médica, é preciso mudar as políticas publicas para a administração deste espaço tão grande e perigoso.


FONTE: DPVAT
TOTAL DE INDENIZAÇÕES PAGAS EM 10 ANOS (+ de 485 mil)

Existe a definição de um tripé para o enfrentamento do problema, educação, esforço legal e engenharia.

EDUCAÇÃO
Os Centro de Formação de Condutores (autoescolas) lutam diariamente pela educação de trânsito, mas a casa está faltando o alicerce, este deveria ser construído pela escola formal, onde acontece um processo importante na formação de todos os indivíduos para a vida em sociedade, assim como prevê o a Lei. 9.503/97: A educação para o trânsito será promovida na pré-escola e nas escolas de 1º, 2º e 3º graus (Art. 76 – CTB). Grande parte dos condutores formados em um CFC, já fazem parte do trânsito, e na Região Nordeste 80% já conduzem veículos sem nenhum conhecimento concreto sobre trânsito, aprenderam sozinho ou foram orientados por alguém sem capacitação alguma, o que eleva significativamente o risco de acidente, pois até chegar ali já geraram vários risco de provocar e sofrer acidentes, desconhecem regras básicas de circulação, além de desenvolverem vários automatismos errados por falta de treinamento adequado para a condução do veiculo.

ESFORÇO LEGAL
O Estado deve colocar em pratica e exigir o cumprimento da Lei, hoje temos um fiscalização ineficaz, pois é comum vermos condutores que desrespeitam as leis, mesmo nos trechos fiscalizados, a sensação da impunidade é um convite aberto para a imprudência, os municípios não cumprem o seu papel de gerenciar o trânsito, no Ceará dos 184, apenas 72 estão integrados ao Sistema Nacional de Trânsito, e os que se integram não cumpre o seu papel legal, onde tudo parece se r permitido, onde o direito de ir e vir fica comprometido. Precisa de uma fiscalização atuante, deixar de lado o faz de contas.

ENGENHARIA
Falta de sinalização adequado, redutor de velocidade fora de padrão, falta de acostamento, falta de conservação, entre outros, são problemas fáceis de serem encontrados, o que eleva o risco de acidentes, em muitas cidades não existe o engenharia de tráfego, o que faz com que o dinheiro do contribuinte seja jogado fora, próprio DETRAN/CE, sofreu um processo judicial por instalação irregular de redutores de velocidade disponível em: http://www.mpce.mp.br/2018/05/17/mpce-pede-afastamento-do-superintendente-do-detran-por-ato-de-improbidade-administrativa-e-requer-retirada-de-tachoes-de-rodovias/), imagine os municípios que funcionam com seus departamento de trânsito sem estrutura física adequada e com falta de pessoal para desempenhar a função.

É preciso, portanto, que a educação seja valorizada, que os CFCs sejam vistos como importantes na luta por essa causa, que as escolas regulares, que formam o indivíduo para a vida em sociedade, seja a base da educação de trânsito e o CFCs o lapidador deste para ser um condutor cidadão e consciente de seu papel dentro do contexto.

Gleison Carvalho
Instrutor de trânsito

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